ACUSADOS DE ASSASSINAR PROMOTOR NO BANCO DOS RÉUS

ACUSADOS DE ASSASSINAR PROMOTOR NO BANCO DOS RÉUS…

Audiências de instrução e julgamento da morte de Thiago Faria começam nesta terça-feira (24)
A última etapa para definir se os acusados pelo assassinato do promotor de Itaíba, Thiago Faria Soares, 36 anos, vão à júri popular começa amanhã. Nos próximos quatro dias acontecem as audiências de instrução e julgamento do caso. A Justiça Federal irá colher depoimentos das vítimas sobreviventes, das testemunhas de defesa e de acusação. Por fim, será a vez de os réus responderem aos questionamentos.
A expectativa inicial é de que cerca de 30 pessoas sejam ouvidas por meio de videoconferência. A tecnologia será usada para não haver a necessidade de que os moradores dos municípios de Itaíba, Águas Belas, Arcoverde e até do estado de Alagoas, convocados pela Justiça, se desloquem para o Recife. A juíza federal Ethel Francisco Ribeiro, da 36ª Vara, presidirá as audiências.
Além do assassinato do promotor, em 14 de outubro de 2013, os réus também respondem pelas tentativas de homicídios da noiva dele, Mysheva Martins, e do tio dela, Adauto Martins. Os três estavam dentro do carro que foi interceptado e alvo de tiros, na PE-300. O mandante do crime, segundo a Polícia Federal, foi o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa, 55, por conta da disputa pelas terras da fazenda que estava sob posse de Mysheva.
José Maria é apontado como mandante do assassinato. Ele está preso, mas nega envolvimento. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A.Press (Edvaldo Rodrigues/DP/D.A.Press)
José Maria é apontado como mandante do assassinato. Ele está preso, mas nega envolvimento. Foto: Edvaldo Rodrigues/DP/D.A.Press
Além de José Maria, estão presos José Maria Domingos Cavalcante, Adeildo Ferreira dos Santos e José Marisvaldo Vitor da Silva – considerados os executores. Antônio Cavalcante Filho, que teria participação no caso, continua foragido. Os réus serão os últimos a ser ouvidos. Os questionamentos serão feitos pelo Ministério Público Federal (MPF), pelos advogados de defesa e pela magistrada.
“Nas audiências vamos mostrar o contraditório das provas produzidas pelo delegado. A Polícia Federal não conseguiu explicar contradições no processo. Se isso acontecesse, José Maria não estaria no banco dos réus”, afirmou o advogado de defesa dele, Fernando Muniz. “O delegado, agora na condição de testemunha, será questionado sobre as contradições em relação a Mysheva”, completou.
Advogado da noiva do promotor, josé Augusto Branco ressaltou que ela está na condição de vítima e que as provas produzidas ao longo do inquérito não deixam dúvidas quanto à culpabilidade dos réus – entre elas as filmagens que flagram o trajeto do carro dos executores e os registros do GPS.
Após as audiências, o MPF e os advogados de defesa vão apresentar as alegações finais para que a juíza federal tome a decisão se os réus vão à júri popular.
Conflitos geraram federalização do caso
Disputa por terras na Fazenda Nova teria motivado crime, segundo a Polícia Federal. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A.Press (Paulo Paiva/DP/D.A.Press)
Disputa por terras na Fazenda Nova teria motivado crime, segundo a Polícia Federal. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A.Press
As investigações sobre a morte do promotor de Itaíba foram cercadas por conflitos entre a Polícia Civil e o Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Enquanto o primeiro seguia a linha de homicídio praticado pela disputa de terras, o segundo acreditava em outras linhas de investigação, inclusive a possibilidade de crime passional.
Sem entendimento entre os dois poderes, promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) solicitaram ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que o caso fosse federalizado em 13 de agosto de 2014. Após análise, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceitou que a Polícia Federal de Pernambuco assumisse as investigações.
Em outubro do ano passado, um delegado federal do Departamento de Crimes Contra a Pessoa, de Brasília, veio ao estado para conduzir o inquérito. Em dezembro, o caso foi concluído e o resultado apresentado foi o mesmo que estava sendo conduzido pela Polícia Civil.
Saiba Mais
Os réus:
1 – José Maria Pedro Rosendo Barbosa, 55 anos
Considerado mandante do crime, provocado por disputa por terras da Fazenda Nova, sob posse de Mysheva. Temido na região, não pagou pela execução do assassinato. Entregou-se em 28 de outubro de 2014, mas alega inocência
2 – José Marisvaldo Vitor da Silva, 42 anos
Auxiliar de serviços gerais, foi responsável por acompanhar o percurso do promotor para garantir que o plano daria certo. Preso desde 29 de outubro de 2014
3 – José Maria Domingos Cavalcanti, 55 anos
Funcionário público, estava no carro que interceptou o veículo do promotor e também teria dado abrigo ao mandande do crime. Preso desde 3 de dezembro de 2014
4 – Adeildo Ferreira dos Santos, 26 anos
Ajudou a planejar o crime. A Polícia Federal afirma que ele também estava no carro usado na execução. Está preso desde 19 de dezembro de 2014
5 – Antônio Cavalcante Filho, 26 anos
Foi responsável por mapear os caminhos percorridos pelo promotor. Continua foragido. Por decisão da Justiça Federal, o nome dele foi desmembrado dos autos para que o processo não sofresse atraso

DP



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